Falso Babau
Eu tenho 8 anos e me chamo Felipe. Sou filho único, moro com meus pais numa casa muito grande.
Tenho muito medo do escuro. Ah! E como tenho medo do escuro! Meu pai até me deu uma lanterna para eu vencer a escuridão, mas, pouco adiantou.
Há alguns dias atrás estava chovendo muito a noite. E para o meu desespero faltou energia.
Sem luz, chovendo muito, muitos relâmpagos e trovões, o vento fazendo barulho nas árvores; que cenário perfeito para eu soltar aquele “berro”. E não hesitei em fazer isso.
A única coisa boa de uma situação como essa é que meus pais sempre me levam para dormi com eles. E ficam conversando comigo até eu dormi. É tão bom!
Mas, nesse dias não tinha jeito deu dormi fácil. Eu tremia e chorava, chorava e tremia. Meu pai tentando me acalmar me perguntava, e de acordo com minhas respostas explicava.
P– Felipe, de que você tem medo quando está no escuro?
Chorando respondia:
F– De tudo!
P– Mas, de tudo, o que?
F– Do Babau, principalmente!
P– Você não acredita em mim, Felipe?
F– Acredito sim!
P– Então? Eu não já falei para você que o Babau não existe? E que na escuridão todos ficam no mesmo lugar? Você só deve tomar cuidado para não bater em um objeto e se ferir!
F– E este barulho lá fora, assim oh! – uuuuu! Não é o Babau querendo entrar aqui?
P– De jeito nenhum – até porque o Babau não existe. Este barulho é provocado pelo vento batendo nas folhas das plantas.
Foi conversando assim com meu pai que depois de algumas horas consegui dormi. No dia seguinte, meus pais já não estavam deitados comigo. O dia estava “ensolarado” calmo.
Porém, contrastando com essa paz, acordei sob um barulho apavorante: Haaaaahonhan!
Subi na cama e olhei pela janela do quarto que dava pro jardim da casa.
E lá estava aquela coisa horrível: olhos e boca grandes, dentes um pouco para fora, braços abertos, pareciam que iam me pegar; a pele marrom, úmida, estava se desprendendo do corpo e fazia muito barulho.
Fiquei me tremendo todinho novamente. Corri para debaixo da cama chorando e gritando:
“Vocês mentiram: vocês mentiram!”
Meus pais logo chegaram ao quarto assustados e perguntando o que estava acontecendo. E eu respondi:
___ Vocês mentiram o Babau existe sim e está lá fora, e vai me pegar!
Meu pai ainda assustado olhou pela janela e começou a rir muito e depois me falou.
___ Meu filho, você pode acreditar nos seus pais. Nós não mentimos. E o que está lá fora, ou melhor, quem está lá fora é seu primo Pedro que veio brincar com você e que, infelizmente escorregou na água da chuva, caiu e esta chorando todo coberto de lama!
Nessa hora até que eu ri muito. Envergonhado do meu medo e também porque eu detesto meu primo “chato e dentuço”.
Por: Prof. João Batista da Silva Moreira
Eu tenho 8 anos e me chamo Felipe. Sou filho único, moro com meus pais numa casa muito grande.
Tenho muito medo do escuro. Ah! E como tenho medo do escuro! Meu pai até me deu uma lanterna para eu vencer a escuridão, mas, pouco adiantou.
Há alguns dias atrás estava chovendo muito a noite. E para o meu desespero faltou energia.
Sem luz, chovendo muito, muitos relâmpagos e trovões, o vento fazendo barulho nas árvores; que cenário perfeito para eu soltar aquele “berro”. E não hesitei em fazer isso.
A única coisa boa de uma situação como essa é que meus pais sempre me levam para dormi com eles. E ficam conversando comigo até eu dormi. É tão bom!
Mas, nesse dias não tinha jeito deu dormi fácil. Eu tremia e chorava, chorava e tremia. Meu pai tentando me acalmar me perguntava, e de acordo com minhas respostas explicava.
P– Felipe, de que você tem medo quando está no escuro?
Chorando respondia:
F– De tudo!
P– Mas, de tudo, o que?
F– Do Babau, principalmente!
P– Você não acredita em mim, Felipe?
F– Acredito sim!
P– Então? Eu não já falei para você que o Babau não existe? E que na escuridão todos ficam no mesmo lugar? Você só deve tomar cuidado para não bater em um objeto e se ferir!
F– E este barulho lá fora, assim oh! – uuuuu! Não é o Babau querendo entrar aqui?
P– De jeito nenhum – até porque o Babau não existe. Este barulho é provocado pelo vento batendo nas folhas das plantas.
Foi conversando assim com meu pai que depois de algumas horas consegui dormi. No dia seguinte, meus pais já não estavam deitados comigo. O dia estava “ensolarado” calmo.
Porém, contrastando com essa paz, acordei sob um barulho apavorante: Haaaaahonhan!
Subi na cama e olhei pela janela do quarto que dava pro jardim da casa.
E lá estava aquela coisa horrível: olhos e boca grandes, dentes um pouco para fora, braços abertos, pareciam que iam me pegar; a pele marrom, úmida, estava se desprendendo do corpo e fazia muito barulho.
Fiquei me tremendo todinho novamente. Corri para debaixo da cama chorando e gritando:
“Vocês mentiram: vocês mentiram!”
Meus pais logo chegaram ao quarto assustados e perguntando o que estava acontecendo. E eu respondi:
___ Vocês mentiram o Babau existe sim e está lá fora, e vai me pegar!
Meu pai ainda assustado olhou pela janela e começou a rir muito e depois me falou.
___ Meu filho, você pode acreditar nos seus pais. Nós não mentimos. E o que está lá fora, ou melhor, quem está lá fora é seu primo Pedro que veio brincar com você e que, infelizmente escorregou na água da chuva, caiu e esta chorando todo coberto de lama!
Nessa hora até que eu ri muito. Envergonhado do meu medo e também porque eu detesto meu primo “chato e dentuço”.
Por: Prof. João Batista da Silva Moreira
